netscope

Páginas

quinta-feira, 5 de março de 2015

#filmes: Foxcather: quem é este louco?

Ora aí está um bom filme mas que é também uma grande seca de filme (mas vamos dizê-lo baixinho porque os intelectuais adoraram a cena). É sempre um contentamento olhar para Channing Tatum – constantemente aquele tipo de homem que é um prazer mirar, mas que nunca queremos realmente que abra a boca, o que realmente não acontece muito neste filme – e ver o bravura com que ele trabalha e trabalha e trabalha para transformar-se num ator à séria, esperando que não lhe aconteça o mesmo que ao Stallone, e a verdade é que se sai bem na fotografia apesar dos recursos dramáticos requeridos para interpretar esta personagem não tenham de ser as de um Edward Norton (achei-o bem melhor em Magic Mike, a fazer de si próprio, como stripper musculado a que batem à porta angústias de ser algo mais do que um corpo – e que corpo).

Channing em Foxcather é todo ele drama interior, dado que Marck Schultz, a personagem, é de muitas poucas palavras, bem como a de  Mark Ruffalo,  que faz de irmão mais velho, e cujo trabalho é todo under acting, voz baixa, gestos pausados, rosto de menino bonito escondido por detrás da barba espessa. No meio disto tudo, anda o louco varrido em cena (basicamente num enorme palacete à família da aristocracia norte-americana), interpretado por  Steve Carell  no papel de John E. du Pont – confesso que só descobrir que era ele no final, o que foi um choque -, e que é, sem sombra de duvida, o mais interessante em Foxcather, nas suas nuances de inseguro menino da mamã a complexado homem de reduzidas capacidades físicas a quem adivinhamos uma pila pequena, de proto-nazi infantil a brincar com armas a psicopata encartado, mas no final não são sempre os doidos que sobressaem? Agora, desconcertante também foi saber, mesmo no genérico final, que aquela cena toda aconteceu mesmo, há vinte anos atrás. Ou seja, há vídeos no youtbe de todas aquelas personagens, mas sem ser como personagens O filme é realizado por Bennett Miller (uma vénia por ‘Capote’ mas comPhilip Seymour Hoffman, quem podia fazer um mau filme), e baseado no livro de Mark Schultz , a personagem de Channing, e conta a relação deste com o multimilionário americano que decidiu ser o dono, senhor, pai, inspirador e treinador de uma equipa de luta livre, preparando-a para os Jogos Olímpicos, sendo que Foxcather era o nome da mesma.
Tudo no filme é cinzento (não negro), contenção, performance e… Bem, no final quis foi ir ver quem era o original John E. du Pont  e descobri que ele andava mesmo na mesma figura ridícula com que um corcovado Carell surge no filme: em fato de treino: